megulho do corpo, hélio© Hélio Oiticica, Bólide Caixa  22, Mergulho no Corpo, 1966-1967

oiticica_helio02g© Hélio Oiticica, Parangolé, 1964

tropicalia© Hélio Oiticica, Tropicália PN 2 and PN3, de 1967

cosmococas© Hélio Oiticica, Cosmococa 5 – Hendrix War

Sorry but I couldn’t find the following text in English and it really is the one presenting the kind of analogy I wanted to call forward. It compares the work of Helio Oiticica with the work of Derek Jarman and it couldn’t be more poignant…

“Caminhando pela exposição de Jarman em 97, chamou-me a atenção a fotografia de 1969 do autor-ator com uma capa, uma cape-dollar, muito similar aos parangolés de Oiticica de 64 em diante. A foto de Jarman data do mesmo ano da famosa exposição de Oiticica na Galeria Whitechapell em Londres. A fotografia denuncia a impossibilidade da repetição da performance (dissolvida ou transformada no instante mesmo da sua aparição), sua unicidade, sua eventualidade, ao constituir-se em um registro em 2º grau, simulacro, verdade frustrada e impossível. De qualquer forma, Jarman está contra um parede de tijolos à vista, num happening com uma das várias capas que fez entre 69 e 71. Trata-se de uma arte que junta restos colhidos do Rio Tâmisa, notas de dólar ou mesmo símbolos alquímicos sobre uma capa transparente. O que nos interessa é a possibilidade de um hyper-texto, não exatamente se Jarman viu a exposição de Oiticica. Provavelmente sim, mas esta não é a questão. A questão é ler um pelo outro, juntar alguns hyper-elementos que os artistas recolheram desde a noção de que a arte pode sair de seu espaço passivo de observação, para um campo performativo de incursão no espaço social, numa ação marginal em relação aos sistemas culturais centrados, ainda que híbridos por formação.

PTV6O que surpreende na fotografia era o design complexo e sua rede de relações: Jarman parece um bispo hippie, que desde a ótica do Oiticica poderia ser lido como uma imensa tropicália. Isto relembra-nos que ambos faziam uma intervenção estética no universo urbano, relacionando a arte com a produção de subjetividades críticas em relação ao mundo capitalista, especialmente no que tange à expressão de uma identidade cultural ou sexual, e que, a despeito desta universalidade, ambos eram leitores de seus micro-territórios, dos seus lugares. (…)

Pode-se pensar a marginalidade como heroísmo em Oiticica e um heroísmo como marginalidade na imagem do mártir queer de Jarman. Com efeito, há entre ambos uma névoa do poeta maudito de Baudelaire. Tal idéia advém de um desdobramento de termos e tempos que Benjamin propõe na leitura de Baudelaire: Baudelaire moldou a imagem do artista de acordo com a imagem do herói. Desde o começo eles se equivalem, num contexto onde há uma fratura crucial entre o poeta e a sociedade. Por que ele não gostava de seu tempo ou por que ele não queria iludir a si mesmo, engendrou várias figuras reativas: Flâneur, Apache, Dandy, Trapeiro. Eles são os simulacros de herói em um palco subitamente esvaziado de atores. Cada um destes personagens vai configurar um relacionamento com o tempo: o anti-movimento diferencial, o alimentar-se dos restos, etc. O heroísmo emerge desta situação paradoxal: frente às ruínas e restos dos sistemas de certeza, frente a transformação da arte em produto e do público em massa, o artista faz da imagem de si uma linguagem de resistência.”

excerpt of Be marginal, be hero: art, identity and gender in Hélio Oiticica and Derek Jarman, by Wladimir Antônio da Costa Garcia. continue reading here

More of Helio’s work here

Helio’s MAJOR exhibition is in Portugal @ CCB until January 6th, 2013

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